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Praticante ou simpatizante da Seicho-No-Ie?

  • Eduardo Nunes da Silva
  • 27 de jun. de 2016
  • 4 min de leitura

Em 1986, participei de um curso para preletores, líderes da iluminação e dirigentes da Seicho-No-Ie, na Academia de Treinamento Espiritual da Seicho-No-Ie, em Ibiúna, São Paulo. O orientador, vindo especialmente do Japão, foi o saudoso preletor da Sede Internacional, Toshiyuki Fujiwara, conhecido pelos adeptos brasileiros por seus artigos publicados na Revista Fonte de Luz e, principalmente, por seu livro, editado pela Seicho-No-Ie do Brasil, Você Será Salvo Infalivelmente. O preletor Fujiwara, devido às ocorrências de muitas curas, algumas consideradas milagrosas, a partir de suas orientações, passou a ser chamado pelos adeptos de “Preletor Milagre”. O preletor Fujiwara contou que em certa ocasião perguntaram a ele, como ocorriam tantas curas a partir de suas orientações. A resposta foi muito singular e impactante: “É que não sou um simpatizante da Seicho-No-Ie. Sou um praticante”.É comum ouvirmos pessoas dizerem que “Seicho-No-Ie é prática”. Naturalmente, as práticas formais são importantes, como a Meditação Shinsokan, a leitura dos livros, revistas e sutras sagradas, oração de gratidão aos antepassados etc., mas a prática da Seicho-No-Ie não se resume a isto. Aquele que não estiver reconciliado com todas as coisas do céu e da terra, não pode dizer que é praticante da Seicho-No-Ie. No volume 37 da Coleção A Verdade da Vida (palavras do dia 10 de abril) o mestre Masaharu Taniguchi orienta: “Transforme o seu sentimento em gratidão a todas as coisas”. O verdadeiro praticante da Seicho-No-Ie é aquele que atingiu este estado em que sente gratidão a todas as coisas, a todos os fatos e a todas as pessoas. No volume 38 de A Verdade da Vida (palavras do dia 24 de outubro) temos: “É muita presunção alguém dizer que leu o livro A Verdade da Vida, se não põe em prática o que está escrito na primeira linha do prefácio do primeiro volume da Coleção A Verdade da Vida: ‘Reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra’”.Se alguém não tem mente alegre, também não pode se dizer praticante da Seicho-No-Ie. No volume 37, da coleção A Verdade da Vida (palavras do dia 1º de janeiro) o mestre Masaharu Taniguchi diz que “O que nos faz viver são as ideias alegres, ideias agradáveis como o Sol que desponta”. Se desejemos ser verdadeiros praticantes da Seicho-No-Ie não podemos prescindir da mente alegre e das ideias alegres.A sexta Norma Fundamental dos Praticantes da Seicho-No-Ie reza: “anular totalmente o ego”, portanto, se ainda não consegue a anulação total do ego, não se pode dizer que é praticante da Seicho-No-Ie. A afirmação do preletor Fujiwara, “Sou praticante da Seicho-No-Ie”, soou com tanta autoridade, porque demonstra o estado de despertar da alma e é comparável à afirmação de Jesus Cristo: “Em verdade vos asseguro, que o Filho nada pode fazer de si mesmo, mas somente pode fazer o que vê o Pai fazer” (João 5:19). O preletor, humildemente, estava simplesmente dizendo que as curas ocorridas não eram devido à sua força ou aos méritos de sua personalidade. Para ele a prática do ensinamento é o modo natural de viver e é responsável pela obtenção de infinitas graças. A mesma afirmação, “Sou praticante da Seicho-No-Ie”, pode soar despropositada se for uma afirmação do ego, de alguém que queira apresenta-se diante dos demais como pessoa portadora de grandes virtudes. No livro Princípio Básico da Felicidade o mestre Masaharu Taniguchi diz: “O problema é que, às vezes, ser chamado de ‘professor’ faz com que o orientador passe a ter uma postura mental um tanto arrogante. É importante compreender que não é o orientador quem cura a pessoa”.O fato de obter graças através da Seicho-No-Ie, como se curar de doenças, é um fato maravilhoso e digno de profunda gratidão, mas apenas isto não serve para que possamos dizer se somos ou não praticantes da Seicho-No-Ie. As pessoas que receberam graças da Seicho-No-Ie, como a cura de doenças, devem tomar cuidado, não se julgando “praticantes” autênticas da Seicho-No-Ie, simplesmente por haverem recebido graças. O mestre Masaharu Taniguchi diz nas Palavras de Sabedoria, do volume 22 de A Verdade da Vida que “Comete um grande equívoco aquele que, ao obter a cura física, pensa ter alcançado o despertar. Quem não compreende que seu ‘Eu Verdadeiro’ é totalmente livre ainda que o corpo não seja curado, acaba tropeçando mais cedo ou mais tarde”. Inclusive, conforme explicado em A Verdade, volume suplementar (página 157), muitas vezes ocorrem curas miraculosas devido à ação de espíritos elevados, que visam fazer com que as pessoas e os outros ao seu redor sintam a presença de Deus, fortaleçam a fé e se salvem.Na Revelação Divina da Academia da Vida (Revelação Divina de 14 de março de 1932) Deus nos diz: “Contribui para transmitir a Verdade aos semelhantes e salvar mais e mais irmãos, pois todos os homens são irmãos em Deus!”. A afirmação do preletor Fujiwara pode servir para algumas pessoas como estímulo, para que se empenhem ainda mais na busca do aperfeiçoamento pessoal, para cada vez mais praticarem em sua vida cotidiana os ensinamentos da Seicho-No-Ie. Mas outros talvez tenham ficado perturbados, achando que para dedicar-se ao Movimento da Seicho-No-Ie é necessário um preparo extraordinário e podem não se sentir preparados para isto. Mas é importante entender que ser “praticante da Seicho-No-Ie” nunca é uma tarefa acabada, mas um processo em que vamos, a cada dia, renovando nossa fé e buscando novos despertares espirituais. No volume 22 de A Verdade da Vida (página 75) o mestre Masaharu Taniguchi diz que “É um erro pensares em salvar o próximo somente depois que aprimorares tua própria alma. O esmeril para polir tua alma consiste justamente na ação de salvar o próximo”.

 
 
 

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