O casal viver em harmonia é o modo natural de viver do filho de Deus

Na sociedade atual, há pessoas que pensam que um casal viver em harmonia é uma coisa extraordinária. Porém a harmonia entre o casal é uma coisa natural e a existência de um matrimônio feliz não deveria surpreender a ninguém. Aliás, deveria ser o contrário, isto é, a existência de casais desarmoniosos é que deveria causar espanto às pessoas. A existência de um lar semelhante a um inferno, onde o casal vive brigando, isto sim é uma coisa que deveria ser vista como extraordinária, porque não é natural. No livro A Verdade da Vida, volume 36 o mestre Masaharu Taniguchi diz: “Em nós se aloja a Vida natural e, para fazer com que essa Vida natural atue de maneira perfeita, é necessário que tenhamos a menta natural”.

"Que acontece com a conduta de uma pessoa quando sua mente retoma seu estado natural? Passa a executar os princípios de vida humana declarados pelo Imperador Meiji no Rescrito Imperial da Educação e vive respeitando os pais, harmonizando-se com os irmãos, sendo gentil com os amigos e amando o cônjuge. O caminho indicado pelo Imperador Meiji é a grande senda do céu e da terra, absolutamente simples e natural". (TANIGUCHI, Masaharu. A Verdade da Vida, v.36. 2ed. São Paulo: Seicho-No-Ie do Brasil, 2001. p.54)

No livro lições para o Cotidiano há o relato do senhor Watanabe que participava de um seminário em uma academia de treinamento espiritual da Seicho-No-Ie. Diante dos seminaristas e do mestre Masaharu Taniguchi contou que obtivera muitas graças na escola, como educador, aplicando a Pedagogia da Seicho-No-Ie, porém, havia um detalhe em sua vida que não ia nada bem: ele não se dava bem com a esposa. O mestre deu ao senhor Watanabe uma respostas que causou riso aos ouvintes na academia: “Se vive mal com ela, trate de viver bem”. Esta resposta foi como um balde de água gelada na cabeça do senhor Watanabe, e o fez despertar. O que ele quis dizer é que se alguém se dá mal com a esposa, basta reconciliar-se com ela. Esta é a coisa mais natural do mundo, um ensinamento lógico e simples. Da mesma forma, se uma mulher não se dá bem o marido, basta se reconciliar com ele. Porém, nem toda as pessoas conseguem o despertar espiritual repentino como o senhor Watanabe, cujo despertar, inclusive, fez com que o comportamento da esposa também mudasse. Que deve fazer, então, uma pessoa que não conseguir retornar de uma vez sua mente ao estado natural?

Muitas vezes as pessoas não conseguem voltar ao estado natural porque gravaram mui profundamente em suas mentes uma imagem antinatural, por exemplo: de um cônjuge de mal gênio, arrogante, violente etc. Inclusive, há pessoas que trazem essa "gravação" infeliz desde sua infância, porque presenciaram as brigas dos pais e concluíram que as brigas e desentendimentos são fatos naturais da vida conjugal.

Porém, as pessoas que não conseguiram um despertar repentino, como o que ocorreu com o senhor Watanabe, também podem iluminar sua vida familiar e transformar seus lares em verdadeiros paraísos. Para isto devem se esforçar para, pouco a pouco, mudar sua atitude mental. Um primeiro passo para iluminar o lar é esforçar-se para manter uma fisionomia alegre e serena.

Há uma poesia do mestre Masaharu Taniguchi que diz: "Quando reverencio descortina-se aqui e agora um mundo paradisíaco. Reverencio o papai. Reverencio a mamãe". Alguns japoneses costumam chamar o cônjuge de papai ou de mamãe, isto é, o homem chama a sua esposa de mamãe e a mulher chama a seu marido de papai. Assim, para descortinar um mundo paradisíaco devemos reverenciar o papai e a mamãe e, naturalmente os cônjuges devem reverenciar-se mutuamente.

Ainda que ao longo dos anos tenham sido acumuladas muitas amarguras, ressentimentos e desprezo, há um método simples para mudar tudo isto: pratique a Meditação Shinsokan e, transcendendo o aspecto fenomênico, reverencie a Imagem Verdadeiro de seu cônjuge. Todas as pessoas são filhas de Deus, portanto, são amáveis, belas, alegres e felizes, esta é a Imagem Verdadeira e se a reconhecermos, ela se manifestará, infalivelmente.