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Como é o fenômeno da morte

  • Eduardo Nunes da Silva
  • 5 de ago. de 2016
  • 8 min de leitura

É natural que as pessoas tenham interesse pelo fenômeno da morte, pois faz parte do processo da vida. As religiões nos falam sobre a imortalidade da alma, pois se não houvesse, ao menos, a esperança da continuidade da Vida, a própria religião talvez não tivesse sentido.

No livro Preleções Sobre a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade (página 118), o mestre Masaharu Taniguchi escreve que “Quando chega a hora da morte do corpo carnal, a alma começa a escapar pela região da nuca, como fumaça que sobe de um cigarro aceso deixado no cinzeiro. Os componentes da alma vão saindo pela região da nuca, tal como fumaça”. Há outros livros como Melhore Seu Destino Orando pelos Antepassados; Mistérios da Vida; A Verdade, volume suplementar etc. em que ele aborda esse processo chamado morte, pelo qual todo ser humano deverá passar um dia.

O psicanalista Raymond A. Moody Jr. pesquisou centenas de casos de pessoas que passaram pela chamada “experiência de quase morte”, isto é, estiveram em estado de coma, foram consideradas clinicamente mortas, e “retornaram” à vida e narraram o que “viram” e sentiram durante a experiência. Ele diz que em vários casos, pessoas contaram que espantaram os médicos e outras pessoas ao narrarem o que testemunharam estando fora do corpo. Entre outros, ele cita o caso de uma jovem que deixou a irmã atônita ao descrever a cena em que ela viu essa irmã chorando em outra dependência do hospital e dizendo: “Oh, Kathy, por favor, não morra, por favor, não morra”, exatamente como havia acontecido. O dr. Moody Jr. Diz: “Seja-me permitido dizer desde o começo que [...] não estou tentando provar que existe vida depois da morte. Nem creio que ‘prova’ disso seja possível no presente”. Também eu, ao abordar este assunto, não estou querendo provar coisa alguma, e as conclusões vão depender da visão de mundo de cada um. O doutor diz ainda: “O que me surpreendeu desde o começo de meu interesse foi a grande semelhança dos relatos, a despeito do fato de que vinham de pessoas com as mais diversas religiões e diferentes circunstâncias sociais e educacionais”. Na página 118 do livro Preleções Sobre a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade, o mestre Masaharu Taniguchi explica que a alma está ligada ao corpo por uma espécie de fio espiritual, e se ocorrer de a alma sair do corpo, porém, se esse fio ainda estiver ligado ao corpo carnal, há a possibilidade de ressuscitar, mesmo após o médico haver declarado a morte.

No Youtube há um pequeno vídeo, do programa Fantástico, da TV Globo, com depoimento, tomado pela repórter Fernanda Esteves, do cantor Antônio Marcos, falecido em 1992, que, aproximadamente um ano e meio antes de sua morte física, passou pela “experiência de quase morte”, quando esteve 17 dias em coma. Ele conta que estava cheio de tubos e fios conectados a seu corpo, quando se viu fora do corpo. Conta que recebeu a visita da atriz Débora Duarte, com quem havia sido casado. Tentou comunicar-se com ela, mas não conseguiu. Narra que viu a própria mãe e o pessoal do hospital, com quem ele, em vão, tentou comunicar-se, mas ninguém o percebia. Tomado pelo medo, tentou, sem sucesso, retornar ao próprio corpo. Depois, finalmente, perdeu a consciência. Na edição 216 (agosto de 2005) da revista Super Interessante, há vários depoimentos de pessoas que passaram por experiência semelhante:

Em 1998, Lars Grael velejava em Vitória, ES, quando foi atropelado por uma lancha, perdeu uma perna e muito sangue. Seu coração parou de bater. Lars teve uma experiência de quase-morte. Nas palavras do próprio, “é uma coisa muito difícil de descrever”. O médico José Carlos Ramos de Oliveira, outro sobrevivente de parada cardíaca, endossa Lars: “só quem passou por isso sabe do que estou falando”.

(Disponível em < http://super.abril.com.br/ciencia/na-fronteira-da-morte> Consulta em 27/03/2015)

O mestre Masaharu Taniguchi, no artigo Imagem Verdadeira e Fenômeno, Realidade e Percepção, publicado na revista Acendedor, número 137 e, posteriormente, na revista Mundo Ideal, números 38, 39 e 40, explana o seguinte:

O local onde o homem carnal habita é tridimensional e é um mundo, por assim dizer, de seis faces. Possui teto, soalho e quatro paredes; e, quando está todo fechado, ele é intransponível. Contudo, pertencendo o “espírito” ao mundo da quarta dimensão, pode entrar livremente no recinto hermeticamente fechado onde estivermos. É o que acontece com um fantasma, que consegue trânsito livre em qualquer recinto fechado.

Isto é, o mestre Masaharu Taniguchi afirma que o espírito pertence ao mundo da quarta dimensão. Mais adiante, no mesmo artigo, ele diz que “Precisamos alcançar um mundo de dimensões ainda mais elevadas. Esse é o mundo dos espíritos, das almas, dos antepassados, dos guias espirituais”. Em suma, o mundo espiritual ou mundo extracorpóreo são os mundos da quarta e quinta dimensões. No livro Vida Após a Vida uma mulher fala que não há palavras capazes de explicar a experiência extracorpórea, pois é um mundo multidimensional, não limitado às três dimensões do nosso mundo físico:

“Bem, para mim é um verdadeiro problema tentar lhe contar isso, porque todas as palavras que conheço são tridimensionais. Enquanto passava por isso, ficava pensando: ‘Ora, quando eu estudava geometria, eles sempre me diziam que só havia três dimensões, e eu sempre acatei isso. Mas eles estavam errados. Há mais’. E, naturalmente, o nosso mundo – aquele em que estamos vivendo agora – é tridimensional, mas o próximo certamente não. E é por esse motivo que é tão difícil lhe contar isso. Só posso lhe descrever com palavras que são tridimensionais. É o melhor que posso fazer, mas não é na verdade o bastante. Não posso mesmo lhe dar um quadro completo”.

(MOODY, Jr., Dr. Raymond A. Vida Depois da Vida – A investigação de um fenômeno: a sobrevivência à morte física. São Paulo: Círculo do Livro [s.d.], pp. 31-32)

Em A Verdade da Vida, volume 9 (página 89), consta que “O espírito que deixou o corpo carnal é levado diante da assembleia dos espíritos elevados – espíritos de cor branca. Os espíritos elevados ‘julgam’ o grau de evolução desse espírito novato”. Mais adiante é dito que “No início desse período o espírito é conduzido por um espírito elevado”. Por se tratar de espíritos elevados, os seres que recepcionam os egressos do plano físico, quando demandam o mundo espiritual, certamente são seres dotados de grande sabedoria e infinitamente compassivos e acolhedores. Raymond A. Moody Jr. fala sobre um ser de luz que, em muitos casos coletados por ele, recepcionaram as pessoas que tiveram a experiência de quase morte:

O que é talvez o mais incrível elemento comum dos relatos que estudei e é certamente o elemento que tem o mais profundo efeito sobre o indivíduo, é o encontro com uma luz muito brilhante. Tipicamente, em sua primeira aparição, a luz é tênue, mas rapidamente fica cada vez mais brilhante, até que alcança um brilho extraterreno. Contudo, ainda que essa luz (dita branca ou “clara”) seja de um brilho indescritível, muitos fizeram questão de acrescentar que de modo algum dói nos olhos ou ofusca, nem impede de ver outras coisas ao redor (talvez porque a essa altura não tenham “olhos” físicos para serem ofuscados)

Apesar da manifestação inusitada da luz, ninguém expressou qualquer dúvida de que se tratasse de um ser, um ser de luz. Não apenas isso, é um ser pessoal. Tem uma personalidade bem estabelecida. O amor e calor que emanam desse ser para as pessoas que estão morrendo estão completamente além das palavras, e elas se sentem completamente rodeadas por eles, completamente à vontade e aceitas na presença desse ser. Sentem uma atração magnética irresistível para essa luz. Uma atração inelutável.

(MOODY, Jr., Dr. Raymond A. Vida Depois da Vida – A investigação de um fenômeno: a sobrevivência à morte física. São Paulo: Círculo do Livro [s.d.], p.62)

O mestre Masaharu Taniguchi explica em Mistérios da Vida (página 167) sobre o “espelho mágico do mundo astral que mostra o passado”. A alma que deixou o corpo carnal visualiza em poucos instantes todos os eventos de sua vida. Segundo a explicação do mestre Masaharu Taniguchi, as cenas da vida vão sendo projetadas em uma espécie de espelho ou tela de cinema. Como veremos mais adiante, há pessoas que, no processo de “quase morte”, relataram essa experiência de “recapitulação”, e algumas falam em imagens tridimensionais. Talvez o mestre Masaharu Taniguchi, em vez de referir-se a espelho ou tela de cinema, hoje em dia, com o avanço da tecnologia, usasse a expressão “imagens holográficas”. No livro Vida Depois da Vida o doutor Moody Jr. também fala sobre esses momentos de recapitulação dos eventos, vividos pela alma:

A aparição inicial do ser de luz e suas perguntas não verbais e de sondagem, são o prelúdio de um momento de intensidade surpreendente, durante o qual o ser apresenta à pessoa uma recapitulação panorâmica de sua vida. É muitas vezes óbvio que o ser pode ver toda a vida do indivíduo e que ele próprio não necessita dessa informação. Sua única intenção é provocar a reflexão.

A recapitulação só pode ser descrita em termos de memória, uma vez que este é o fenômeno familiar mais próximo dela, mas aqui também existem características que a colocam longe de qualquer tipo normal de lembrança. Em primeiro lugar, é extraordinariamente rápida. As memorizações, quando são descritas em termos temporais, seguem-se rapidamente umas às outras, como se em ordem cronológica. Outras não têm relação nenhuma com uma ordem temporal. A lembrança era instantânea; tudo aparecia de uma vez, e todas as coisas podiam ser abrangidas só com um relance mental. Como quer que seja expressa, todos parecem concordar em que a experiência se passa em um só instante do tempo terreno.

Mas, a despeito de sua rapidez, meus informantes concordam em que a recapitulação, quase sempre descrita como uma exibição de imagens visuais, é, incrivelmente vívida e real. Em alguns casos, conta-se que as imagens são vistas em cores vibrantes, tridimensionais e até em movimento. E, mesmo que estejam perpassando rapidamente, cada imagem é percebida e reconhecida. Até mesmo as emoções e sentimentos associados com as imagens podem ser novamente experimentados.

Alguns dos que entrevistei declaram que, embora não possam explicar adequadamente, tudo o que fizeram lá estava, nessa recapitulação – do mais insignificante ao mais significativo. Outros explicam que o que viram foi, essencialmente, os pontos principais de suas vidas.

(MOODY, Jr., Dr. Raymond A. Vida Depois da Vida – A investigação de um fenômeno: a sobrevivência à morte física. São Paulo: Círculo do Livro [s.d.], p.67)

O doutor Moody Jr. observa que o “ser de luz” pode ver toda a vida do indivíduo, mas ele próprio não necessita dessa informação e que o objetivo da recapitulação é conduzir a alma por ele assistida à reflexão. O espírito Vetterini “explica que esse fenômeno acontece quando a alma passa diante do espírito de cor branca para uma auto-reflexão espontânea” (Mistérios da Vida. p.167). O mestre Masaharu Taniguchi explica que essa recapitulação e consequente reflexão do espírito, fazem parte do processo de purificação da alma, que se processa por meio do arrependimento. Corroboram esta afirmação as experiências vividas por pessoas entrevistadas pelo doutor Moody Jr., que se tornaram pessoas mais amorosas e interessadas em adquirir mais sabedoria e conhecer mais sobre assuntos espirituais:

Quase todos insistem sobre a importância de tentar cultivar o amor pelos outros, amor de uma espécie única e profunda. Um homem que encontrou o ser de luz e se sentiu totalmente amado e aceito, mesmo quando toda a sua vida estava em exibição com um panorama que ambos podiam ver, acha que a “questão” que o ser propunha era se ele era capaz de amar e aceitar os outros da mesma maneira. Acredita agora que sua tarefa, enquanto estiver na Terra, é aprender a ser capaz de fazer isso.

Em acréscimo, muitos outros acentuam a importância de buscar o saber. Acham que foram avisados, durante suas experiências, de que a aquisição do saber continua mesmo no além-vida. Uma mulher, por exemplo, tem aproveitado toda sua oportunidade de “morte”. Um outro homem dá o conselho: “Não importa a idade com que você esteja, nunca pare de aprender. Pois esse é um processo, foi como entendi, que continua pela eternidade”.

(MOODY, Jr., Dr. Raymond A. Vida Depois da Vida – A investigação de um fenômeno: a sobrevivência à morte física. São Paulo: Círculo do Livro [s.d.], p.95)

De maneira sucinta, procurei abordar alguns aspectos do fenômeno morte, traçando um paralelo com o fenômeno chamado “quase morte”. Ao leitor que deseje conhecimentos mais amplos profundos sobre o tema, inclusive sobre aspectos do mundo espiritual, recomendo enfaticamente a leitura dos seguintes livros: Mundo Espiritual e o Destino do Homem; Mistérios da Vida, Melhore Seu destino Orando pelos Antepassados; A Verdade, volume suplementar; e A Verdade da Vida, volumes 9, 10 e 21. O mestre Masaharu Taniguchi diz, na página 160 do livro Preleções Sobre a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade, que “A Vida é algo que continua vivo e não morre. Não morreremos, de forma alguma. Somos vida e, portanto, não nos é possível morrer. O nosso corpo talvez morra, mas ele não é o homem”.

 
 
 

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