Aborto e materialismo
- Foto de:
- 28 de abr. de 2017
- 4 min de leitura

Lamentavelmente, cada vez mais vemos no meio legislativo e na mídia o discurso pela legalização do aborto ganhando espaço. Isto chega a dar a impressão de que a sociedade brasileira estaria pendendo para esse lado. Nada mais falso! O povo brasileiro, em sua esmagadora maioria é contra o aborto e contra a legalização dessa prática.
A ciência já comprovou, sem margem para contestação, que a vida se inicia com a fecundação. Então surgem argumentos absurdos e insanos como o de que a mulher é dona de seu corpo, portanto, pode dispor dele como bem lhe aprouver e que nesse direito está incluído o de abortar. Mas se existe o direito da mulher, existe também o do nascituro que, sem sombra de dúvida, é outro indivíduo e não um apêndice da mulher. Por mais argumentos que sejam apresentados, moralmente nada há que justifique a defesa do abordo. Por isso as pessoas públicas, mais notadamente os políticos, costumam usar essas palavras decoradas: “Pessoalmente sou contra, mas é uma questão de saúde pública”. Isto porque querem fazer crer que há uma preocupação humanística por traz da atrocidade proposta. Até há pouco tempo, havia no site oficial da Prefeitura Municipal de São Paulo o slogan: "Aborto, uma questão de Saúde Pública". Como justificativa apresentam argumentos como o de que complicações durante o procedimento de abortos clandestinos estão entre as principais causas de morte materna no Brasil e que é preciso legalizar a prática, porque ocorrem mais de 1,5 milhão de abortos por ano no País. Aliás, ninguém diz que método se usa para chegar a esses números, se os abortos são clandestinos. Esses números são reais ou são apenas uma forma de promover uma comoção social que facilite a aprovação do aborto?
Mas por traz de tudo isto está o materialismo, que toma forma através de poderosas fundações internacionais que financiam personalidades políticas, partidos, ONGs e veículos de comunicação, com o objetivo de diminuir a população, sobretudo nos países pobres ou em desenvolvimento. Para entender a dimensão desta questão é necessário tomar como pontos de partida as conferências do Cairo (1994) e de Pequim (1995), sobre População, mas como dispomos de poucas linhas, não podemos nos aprofundar nessa questão. Mas tudo isso envolve planos de engenharia social e se resume no materialismo e na obstinação em não reconhecer a vontade de Deus.
"O direito à vida é inerente à pessoa humana e, pelo seu caráter de indisponibilidade, merece proteção desde a concepção, com o direito de nascer. Após, em todas as suas fases, infância, juventude, maioridade, maturidade e velhice, o homem continua recebendo a proteção legal compatível com seu estágio e vai acumulando direitos até se transformar numa fonte inesgotável, chamada de sujeito pleno de direitos.Desta forma, o embrião, em sua clausura silenciosa, tem voz suficiente para transformar o mundo exterior para que possa recebê-lo com a pompa merecida e, principalmente,para que sua mãe possa ter as melhores condições de vida e saúde para gerá-lo. É um sujeito sem personalidade jurídica própria, mas com muita personalidade, convenhamos. Mesmo sem ter nascido, projeta-se como uma pessoa humana. É bom não esquecer que o homem de hoje foi o embrião de ontem."
(Eudes Quintino de Oliveira Júnior, promotor de justiça aposentado, mestre em direitopúblico, pós-doutorado em ciências da saúde, advogado, reitor da Unorp/São José doRio Preto. Disponível em: <http://abdet.com.br/site/direitos-embriao/> Acesso em 28/4/2017)
Como defender abertamente o aborto é moralmente inaceitável, para justifica-lo, levanta-se a bandeira da defesa dos direitos da mulher. Fala-se da incidência de mortes em função do aborto provocado, por outro lado, talvez só nós religiosos e as pessoas que sofrem diretamente, tem consciência dos dramas sem fim que acompanham a vida das mulheres que praticaram aborto. No livro Pela Paz dos Anjinhos, de autoria de Kamino Kusumoto, consta que “É comum a todas as pessoas que praticaram algum aborto intencional cultivar o sentimento de culpa na profundidade do subconsciente, mesmo que conscientemente não sintam nenhum remorso. É por isso que essas pessoas têm problemas com os filhos, são doentes, têm problemas no relacionamento conjugal, arruínam-se financeiramente com o vício do jogo ou provocam falência das empresas que dirigem etc.”.
Por que mulheres morrem ao praticar aborto? Como causa imediata, elas morrem pelas péssimas condições em que são realizadas essas intervenções. Mas como tudo tem origem na mente, a causa mais profunda é que não se pode continuar vivendo, quando se mantém sentimento que nega a vida. Diz a Revelação Divina de 5 de setembro de 1931: “Costuma-se dizer que a vida e a morte fogem ao controle da vontade do homem. Na verdade, são controladas à mercê da mente. [...] Aquele cuja mente mata os irmãos morre”. Por isso, mesmo as que não morrem por ocasião do aborto, morrem aos poucos ou morrem parcialmente com os problemas pessoais e familiares.
Embora se aleguem motivos variados, o objetivo do fomento da legalização do aborto objetiva que essa prática aumente amplamente, resultando em diminuição da população. Não podemos aceitar, sob qualquer pretexto, que o aborto seja legalizado. As leis do País e da sociedade podem mudar, mas a Grande Lei de Causa e Efeito não muda e ninguém lesa a vida sem colher dolorosas reparações. Temos profunda compaixão pelas pessoas que sofrem em função de haverem praticado aborto. Entre elas há as que permanecem neste plano, ocultando o ato praticado e as que perdem a vida em função desse ato lamentável. De qualquer forma, nossa luta é para conscientizar que a Vida é sagrada e que deve ser respeitada. Quando todas as mulheres deixarem de negar a vida, serão verdadeiramente vivificadas.
Comments